Arquivo nobiliárquico brasileiro – Organizado pelo Barão de Vasconcellos

Trecho extraído do livro “Arquivo Nobiliárquico Brasileiro”.

Dedicado a sua alteza imperial, o Senhor Dom Luiz de Orléans Bragança, a obra “Arquivo Nobiliárquico Brasileiro” foi escrito por Rodolfo Smith de Vasconcelos, segundo barão de Vasconcelos, e seu filho, Jaime Smith de Vasconcelos, terceiro barão de Vasconcelos. Publicado em 1918 em Lausana, da Suíça, o livro versa sobre os títulos nobiliárquicos do Brasil e apresenta ilustrações heráldicas elaboradas por Fernando James Junod e todos os brasões concedidos no período imperial brasileiro, devidamente registrados no Cartório da Nobreza.

Rodolpho Smith de Vasconcellos, (2º Barão de Vasconcellos), nasceu na cidade de Fortaleza, capital da Província do Ceará em 23 de Maio de 1846. Filho do 1° Barão de Vasconcellos, José Smith de Vasconcellos (nascido em Lisboa, em 10 de Dezembro de 1817 e falecido no Rio de Janeiro em 8 de outubro de 1903), Fidalgo Cavalleiro da Casa Real, Commendador da Imperial Ordem da Rosa e da de Christo de Portugal; e de sua mulher, D. Francisca Carolina Mendes da Cruz Guimarães  (nascida na cidade de Canindé, Ceará, em 21 de Dezembro de 1814 e falecida em Liverpool, Inglaterra, em 4 de agosto de 1873). Neto por parte paterna do Conselheiro, Desembargador José Ignacio Pacs Pinto de Souza e Vasconcellos, Cavalleiro Professor na Ordem de Christo, Escudeiro Fidalgo, acrescentado a Fidalgo Cavalleiro por sucessão aos seus maiores (Alvará de 14 de março de 1795); e de D. Maria Martha Tusten Smith. Neto por parte materna do Capitão-Mór José Mendes da Cruz Guimarães e de D. Angélica Rosa do Nascimento Moreira. Quanto à sua ascendência, vide “Resenha das Famílias Titulares e Grandes de Portugal”, por Adriano da Silveira Pinto, continuada pelo Visconde de Sanches de Baéna, Tomo II, fls. 723; “Diagramma Genea¬lógico do Dr. José Ignácio Paes Pinto de Souza e Vasconcellos”, pelo Barão de Vasconcellos publicado no Rio de Janeiro em 1907; “Traços Biographicos do Visconde de Guaratiba”, também pelo mesmo, publicado em Nova Friburgo em 1905; “Memórias Historico-Genealógicas”, por João Carlos Feo de Cardoso Castello Branco e Tavares, fls. 642, publicado em Lisbôa em 1883; “Subsídios Historico-Genealógicos da Familia Vasconcellos”, pelo Visconde de Faria, em Lisboa no ano de 1912; e o “Dicionário Bio-Bibliográfico Cearense”, pelo Barão dc Studart, vol. III, fls. 95, publicado em Fortaleza no ano de 1915.

Casou na cidade de Bonn, Alemanha, a 20 de Abril de 1874, com D. Eugenia Virgínia Ferreira Felicio (nascida no Rio de Janeiro em 13 de Novembro de 1854, e ainda viva); filha dos 1ºs. Condes de São Mamede, Rodrigo Pereira Felicio (nascido em S. Mamede de Infesta, Portugal, em 22 de Janeiro de 1821 e falecido no Rio de Janeiro em 27 de Julho de 1872), Fidalgo Cavalleiro da Casa Real; Dignitário da Imperial Ordem da Rosa; Comendador da Ordem de Christo, de Portugal, e da do Santo Sepulcro de Jerusalém; e de sua mulher e prima D. Joanna Maria Ferreira (nascida na cidade do Rio Grande do Sul, a 20 de abril de 1834 e falecida em Lisboa, a 18 de março de 1897). A 2ª Baroneza de Vasconcellos, é irmã de José Pereira Ferreira Felicio, 2° Conde de S. Mamede, (nascido na cidade do Rio de Janeiro em 4 de outubro de 1853 e falecido em Lisboa, a 14 de junho de 1905), casado com D. Lydia Smith de Vasconcellos (nascida em Fortaleza em 16 de julho de 1853, e ainda viva), filha dos 1ºs Barões de Vasconcellos; é também irmã de D. Maria Julieta Ferreira Felicio (nascida no Rio de Janeiro em 20 de novembro de 1865, e ainda viva) casada com Francisco de Azevedo Soares de Campos e Castro, 2º Conde de Carcavellos, residentes em Braga. É igualmente sobrinha neta de Joaquim Antônio Ferreira, Visconde de Guaratiba, (nascido em Valença do Minho em 4 de Fevereiro de 1777 e falecido no Rio de Janeiro em 1 de março 1859). Os 2º Barões de Vas­concellos são pais do 3º Barão, por Breve Apostolico de S. S. Benedicto XV, de 13 de fevereiro de 1917, o Dr. Jayme Luiz Smith de Vasconcellos que nasceu, no Rio de Janeiro, em 11 de Junho de 1884.

O Barão Smith de Vasconcellos, acima, é Bacharel em Ciências e Letras pelo antigo Colégio D. Pedro II em 1901, Doutor em Ciências Médicas e Cirúrgicas pela Faculdade do Rio de Janeiro, em 1906; exerceu quando estudante o cargo de auxiliar da Comissão de profilaxia da febre amarela (em 1904), sobre a direção do Dr. Oswaldo Cruz, foi mais tarde médico da Diretoria Geral de Saúde Pública, médico do Instituto Nacional dos Surdos Mudos, chefe da Clínica de Moléstias Tropicais da Policlínica Geral do Rio de Janeiro, etc. Abandonando a carreira médica depois de exercê-la durante seis anos, dedicou-se às indústrias, sendo hoje um dos Diretores da Cia Mecânica e Importadora de S. Paulo.

É sócio da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; do Club de Engenharia; da Sociedade de Heraldica da Suissa; do Tombo Historico-Genealogico de Portugal, da Sociedade Arcadia Romana, do Collegio Araldico de Roma, etc.

Casou em S. Paulo em 21 de junho de 1911 com D. Anna Theresa Siciliano, natural da cidade de Piracicaba, onde nasceu em 27 de março de 1887; filha primogenita do Conde Alexandre Siciliano, Commendador da Coróa de Italia, natural da cidade de S. Nicolla Arcella, província de Coscnza, Italia, onde nasceu em 17 de maio de 1860; e de sua mulher D. Laura de Mello Coelho, que nasceu na cidade de Campinas em 18 de maio de 1860 e faleceu em S. Paulo, em 28 de maio de 1918, filha do Coronel João Fructuoso Coelho e de D. Anna Maria Ferraz.

O 2º Barão de Vasconcellos cursou humanidades em Francfort s/Meno, na Allemanha. Fez parte das casas comerciais de seu pai no Ceará, em Liverpool e Londres. Dedicou-se depois à carreira diplomática e prestou exame de suficiência em 18 de maio de 1877. Abandonando essa carreira foi Director de várias empresas industriais. É Fidalgo Cavaleiro da Casa Real por sucessão aos seus maiores, Comendador da Ordem de Isabel a Catholica, de Hespanha, Socio do Instituto do Ceará e de outras associações historicas e scintíficas.

BRAZÃO DE ARMAS: Escudo partido em pala: na primeira, as armas dos Vasconcellos, — em campo negro, três faxas viradas e contraviradas de prata e góles; na segunda, as dos Guimarães. — que são partidas em três palas: a primeira e terceira, de prata fretadas de negro, a segunda de góles, carregada de um leão de prata, batalhante armado de preto, tendo na mão uma espada ensanguen­tada, com os copos de ouro, a qual há de cair na primeira pala, e a cauda do leão na terceira. E por diferença uma brica de ouro com uma arruela azul. Tiunir: dos Vasconcellos. um leão preto, andante com as três faxas do escudo. (Brazão passado em 24 de Dezembro de 1874. Reg. no Registro Geral dos Brazões de Armas de Nobreza e Fidalguia de Portugal, Liv. IX, fls. 165*.

BRAZÃO DE ARMAS DA BARONEZA: Uma lisonja esquartelada com as armas de seu marido, e as de seu pai, que são: Escudo partido em pala; na primeira as armas dos Pereiras, — em campo vermelho, uma cruz de prata florida e vazia do campo; na segunda as dos Ferreiras, — em campo vermelho, quatro faxas de ouro. E por diferença uma brica de prata com uma arruela azul. Tiunir: dos Pereiras, uma cruz vermelha florida, entre duas azas de ouro abertas. (Brazão passado em 7 de Janeiro de 1862. Reg no Registro Geral dos Brazões dc Armas de Nobreza e Fidalguia dc Portugal, Lív. IX, fls. 45).

CORÓA: A de Barão.
 
CRIAÇÃO DO TITULO: 
Brasão por decreto de 8 de Abril e Carta de 13 de Abril de 1869 Reg no Archivo da Torre do Tombo Mercês de D. Luiz I, Liv. 19, fls. 238. Concessão da 2ª vida no mesmo título, Decreto de 9 de Abril e Carta Regia de 7 de Maio de 1874. Reg. no Archivo da Torre do Tombo Mercês do D. Luiz I, Liv. 25, fls. 225. Confirmação da 2ª vida no mesmo título. Carta Imperial de 3 de Setembro de 1874. Reg. no Livro de Mercês da 2ª Seção da Secretaria dc Estad, dos Negócios do Império, em 15 de Setembro de 1874. Concessão da 3ª vida no mesmo título, Mercê de S. S. Benedicto XV, Breve Apostólico de 13 de Fevereiro de 1917.

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